Netflix estreia 5 filmes feitos por mulheres portuguesas | Notícias do Cinema

A ideia é promover “criatividade inclusiva” e é uma iniciativa da Academia Portuguesa de Cinema com a Netflix. A Netflix estreia os filmes selecionados esta sexta-feira, 4 de novembro.

Em julho de 2021, a Academia Portuguesa de Cinema e a Netflix anunciaram uma convocatória que tinha como objetivo dar visibilidade ao trabalho de mulheres cineastas, procurando assim colmatar a disparidade de género na área. Os filmes nacionais já foram revelados e é já esta sexta-feira, dia 4 de novembro, que cinco filmes realizados por mulheres entram no catálogo da plataforma de streaming.

A Academia Portuguesa de Cinema e a Netflix divulgam as cinco longas-metragens e 11 mulheres cineastas selecionadas no âmbito da Convocatória lançada no passado mês de julho, dirigida a realizadoras, produtoras e guionistas que tenham estado diretamente envolvidas em longas-metragens portuguesas de ficção e/ou documentário”, pode ler-se no comunicado partilhado pela APC.

A ideia era selecionar até cinco longas-metragens para licenciar e exibir na Netflix e, à parte disso, estava ainda em jogo uma dotação monetária no valor de 15 mil euros para as cineastas de cada um dos filmes selecionados, de modo a apoiar o seu trabalho.

Numa época em que o movimento feminista tem, finalmente, ocupado espaço nas mais diversas áreas da sociedade, é um orgulho poder dar este passo com a Netflix, no sentido de valorizar o trabalho das cineastas portuguesas“, defende Carla Chambel, vice-presidente da APC e membro do comité de júris.

Fotograma de Desterro, realizado por Maria Clara Escobar. Netflix estreia este filme na sua plataforma dia 4 de novembro.

Os cinco filmes selecionados

Desterro, realizado por Maria Clara Escobar.

Uma casa está em chamas. Todas as casas. Uma viagem transforma-se em várias e esta é uma sem regresso. Muitas mulheres falam. Elas contam as suas histórias. A perda, a morte e a luta do ser, ao lado de outras.“, pode ler-se na sinopse da longa, que navega por entre um ambiente familiar complexo, explorando o impacto das construções sociais a que somos impostos.

Mar, com realização e argumento por Margarida Gil e Rita Benis como coargumentista.

Mar reflecte o mundo de hoje. Um mundo em que a Europa se encontra à deriva.” conta a realizadora. “O filme percorre uma viagem, a grande Odisseia mítica dos Portugueses do séc. XVI refeita por Francisca (Maria de Medeiros), uma mulher do nosso tempo, que atravessa o mar à procura do filho, à procura de si.“, acrescenta. É um filme que aborda temáticas atuais, fomentando uma reflexão sobre o que nos rodeia, sendo esta mais uma adição ao que a Netflix estreia este mês.

Fotograma de A Metamorfose dos Pássaros, realizado por Catarina Vasconcelos. Netflix estreia este filme na sua plataforma dia 4 de novembro.

A Metamorfose dos Pássaros, realizado por Catarina Vasconcelos e com Joana Gusmão no cargo de produção.

A Metamorfose dos Pássaros é um retrato íntimo e pessoal sobre luto e a complexidade das nossas relações. “A minha mãe não morreu subitamente, mas morreu quando eu tinha 17 anos. Nesse dia, eu e o meu pai encontramo-nos na perda da mãe e a nossa relação deixou de ser só a de pai e filha.” pode ler-se num excerto da sinopse.

Simon Chama, realizado por Marta Sousa Ribeiro e com Joana Peralta na produção.

É um filme bastante autobiográfico, admitiu a realizadora. O mesmo explora temáticas inerentes à infância e adolescência, com foco na frustração emocional. Na sinopse pode-se ler: “É a última semana de escola e o Simon não está a estudar para os exames. Os pais divorciaram-se e parecem estar à espera de uma mudança que nunca chega. Simon cansa-se de esperar. E se conseguisse arranjar um bilhete de ida para os EUA? E se fosse possível fazer objectos explodir ao longe? E se o tempo pudesse ser revertido? Ou a liberdade só pode ser encontrada nos filmes?

Soa, com realização por Raquel Castro, argumento de Isabel Machado e Joana Ferreira e Sara Serra Simões na equipa de produção.

Por último, a Netflix estreia um documentário que explora o conceito de paisagem sonora, que representa a forma de como todos os sons e ausência dos mesmos, ruídos e frequências, têm a capacidade de caracterizar um lugar, tendo impacto em quem lá está presente. “Um filme ensaio também sobre cidadania, ecologia e responsabilidade pelo som que geramos.

Fotograma de Simon Chama, realizado por Marta Sousa Ribeiro. Netflix estreia este filme na sua plataforma dia 4 de novembro.

Ao todo, foram apresentadas 31 candidaturas. Ambas as entidades concluem “que as expetativas foram superadas e que este é apenas um primeiro passo no caminho de uma maior representatividade e igualdade de oportunidades de mulheres no sector do cinema e audiovisual“, como se pode ler em comunicado.

O comité de seleção desta iniciava contou com a presença de Carla Chambel, atriz, formadora e vice-presidente da ACP, Fátima Ribeiro, guionista, professora e realizadora, Isadora Laban, gestora de conteúdos da Netflix Portugal e Espanha e ainda Tota Alves, guionista e realizadora.

A Netflix estreia estas cinco obras na próxima sexta-feira, dia 4 de novembro, disponibilizando os filmes a nível mundial através da plataforma de streaming.

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